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Insistir na Psicomotricidade

  • Joana Oliveira
  • 13 de abr. de 2017
  • 3 min de leitura

Porquê investigar em Psicomotricidade?


Para vós, Psicomotricistas, uma questão: quantas vezes desejaram, almejaram ou sonharam com livros de Psicomotricidade? Artigos científicos sobre Psicomotricidade? Parecem questões simples, à semelhança de uma simples dúvida que colocamos em qualquer motor de busca com a palavra “Psicomotricidade”. Resultado? mais de 5 entradas e já consideramos uma vitória. Obviamente que aprendemos a ser versáteis e aprendemos a beber sabedoria em qualquer área, mas deparamo-nos sempre com aquela ânsia por encontrar Psicomotricidade nos resultados das nossas pesquisas.


É verdade, é uma frustração. Mas gostamos e queremos considerar uma motivação, para não lhe chamarmos uma responsabilidade. Sim, uma responsabilidade. Principalmente em Portugal que ainda não temos a nossa área bem definida, delimitada e esclarecida para muitas clínicas, escolas, hospitais, técnicos e até mesmo instituições de ensino.


É da responsabilidade da nossa geração de Psicomotricistas contribuir com textos teóricos e científicos que provem e informem sobre o que fazemos e como fazemos. Habituados à resiliência, temos nas nossas mãos o futuro da Psicomotricidade no nosso país. Acreditamos que não é fácil e já nos habituámos a conviver com a recorrente questão “psico-quê?” ou mesmo à afirmação “ah! É tipo fisioterapia!”. Cumpre-nos ser persistentes, minuciosos, científicos, cuidadosos, informados, rigorosos e extremamente profissionais. Cumpre-nos clarificar, elucidar, explicar para não corrermos o risco de se entrar em áreas que não as nossas e suscetível de se confundir com Terapia Ocupacional ou Fisioterapia, com o devido respeito por qualquer uma destas áreas. Porém, não são as nossas. E, por essa simples razão, compete-nos e exige-se que sejamos profissionais e cautelosamente informados de modo a marcarmos a diferença e mostrarmos o quão úteis, senão mesmo essenciais no processo terapêutico. Investigar em Psicomotricidade abre espaço na comunidade científica para nos entenderem. Não agir, significa pactuar com o desconhecimento e com o desconhecido. Em suma: não podemos desistir, não podemos acomodarmo-nos. Fica o repto: sejamos atrevidos, criativos, provocadores e, sobretudo, exigentes enquanto profissionais desta maravilhosa e apaixonante profissão. Tenhamos orgulho: somos Psicomotricistas!


Segundo o Fórum Europeu e Psicomotricidade, o Psicomotricista, na sua prática, utiliza abordagens preventivas, pedagógicas e terapêuticas, assumindo-se como uma terapia de base relacional. O psicomotricista organiza a sua intervenção num contexto multidisciplinar, podendo intervir em sessões individuais ou em grupo, em co intervenção. É, desta forma, crucial estarmos despertos e atentos para novas abordagens das variadas áreas em que estamos em contacto, não podemos esperar que nos entendam, se não entendemos os outros técnicos e a sua linguagem. É realmente incrível: quanto mais investigamos, mais nos apaixonamos pela nossa intervenção, mas este conhecimento não pode ficar restrito a nós mesmos; é importante a partilha de conhecimento e de experiências (nunca descurando a privacidade e identidade dos nossos utentes) que façam crescer o profissionalismo dos Psicomotricistas. Não devemos ter medo dos projetos com que sonhamos. Ademais, acreditamos que haja por aí muitos sonhos e projetos que seriam uma mais valia na afirmação da nossa área. A nossa área é extremamente inspiradora e é recordando os casos, os nossos utentes, que percebemos a importância que podemos ter. Aqueles casos que fazem superar qualquer angústia perante um “Psico-quê?” porque sabemos que a nossa forma holística de olhar um ser humano, convergindo o corpo e mente num ambiente de intencionalidade e criatividade, de entrega sem julgamento fazem toda a diferença. Esta inspiração deve ser impulsionadora da coragem para mostrarmos que sabemos o que fazemos e que o fazemos com intensões específicas.


Por isso, força Psicomotricistas! Em frente! Insistir, resistir e nunca desistir!


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