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Liberdade de Expressão na Infância

  • Joana Oliveira e Marta Fonseca
  • 10 de mai. de 2017
  • 2 min de leitura

Infância… Fonte inesgotável, porto energético, porém área de recônditos muito sensíveis. De entre teorias, estudos, investigadores, pais, educadores e até mesmo culturas e sociedades emergem as mais variadas formas de educar e de encarar a infância. Impõe-se, assim, a questão: mas afinal qual será a ideal? A verdade é que não pretendemos com esta crónica encontrar a receita para educar, mas sim explorar a questão da liberdade de expressão na criança. Na expressão corporal, principalmente.

Assumindo que a criança aprende em relação, consigo, com o ambiente e com o outro, teremos que interiorizar que, sem esta relação, a criança se encontra num ambiente hostil ao seu desenvolvimento. Assim, podemos considerar que a liberdade é importante ao desenvolvimento? Entramos, desta forma, num ambiente pantanoso, pois cada um de nós tem o seu conceito de liberdade. Mas também não é este o caminho que queremos seguir. A liberdade da criança será sempre definida pelo seu cuidador que, idealmente ,terá que definir um equilíbrio, nem sempre fácil, entre a exploração e o limite. Entre saber que tem de deixar a criança cair, afastar-se, explorar, mexer e dizer o “não” e não deixar. É um equilíbrio difícil e nem sempre consciente, por vezes impulsivo e algumas vezes castrador.

A verdade é que no que respeita à expressão do corpo, a criança deve ter a sua liberdade, a sua experiência. É nesta relação consigo, com o espaço e com o outro que a criança se vai desenvolver e aprender a sentir. Só depois de sentir poderá imaginar, planear, representar, simbolizar e comunicar, por palavras, as emoções, os sentimentos, os pensamentos e até as suas ações. Esta liberdade é importante, é essencial. Obviamente dentro de limites de segurança e respeito pela relação.

Como terapeutas e Psicomotricistas, um dos nossos mediadores é exatamente a liberdade, a espontaneidade para que a criança se explore e conheça o seu corpo, o seu corpo em ação em relação, a sua imagem corporal, o esquema e não só. A liberdade de expressão da criança é fundamental para que se consiga compreender no mundo. Mas estar em liberdade é também respeitar a liberdade e o espaço do outro e isto é muito importante para usufruir da própria liberdade. Regras e limites, muitas vezes, são a porta para a própria liberdade.

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